O meu problema é gostar demais. Gostar demais de quem observo atentamente. Eu vejo-os mas eles não me vêem a mim. Sou invisível, não é difícil não sentirem a minha falta. Talvez por eu própria não ser um âmago expansivo e aberto a tudo à primeira impressão. Ridicularizo na minha mente todos os fotogramas diários que visualizo daqueles seres que considero imaturos e néscios. Ora me rasga um sorriso, ora me corta uma artéria, de tão cruel que me sinto. Mas os outros também o são, que eu bem sei. Pergunto-me se os outros realizam as exactas visualizações mentais, dos restantes... ou de mim. Vai-me devorando por dentro, como se esses fotogramas e esses seres e os seus modos ditassem a minha vida. Sou uma eterna pensadora, não aquela que fala como que cantando as palavras e que encanta assim que entra.
Torno o silêncio como meu predilecto, como um amante. Esse... esse nunca me ilude.
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